Psicoterapias, Psicodiagnósticos,

Avaliação Psicológica e Neuropsicológica de crianças e adolescentes, Orientações a pais

“Todos nós temos uma força de vida que nos impulsiona à criatividade, ao aprendizado, ao trabalho, ao estabelecimento de bons vínculos uns com os outros e ao enfrentamento de dificuldades. Em alguns momentos da vida, porém, podemos passar por situações de maior fragilidade emocional ou mesmo por momentos de crises. Nessas situações, o vínculo terapêutico poderá ajudar no restabelecimento do equilíbrio emocional”

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Por que levar uma criança ao psicólogo?

Nem sempre é fácil perceber que uma criança esteja precisando de atendimento psicológico ou de uma avaliação psicológica. A avaliação psicológica consiste de um conjunto de algumas sessões (em geral, cinco a sete) com entrevistas com os pais, observação lúdica e aplicação de testes projetivos com a criança com o propósito de investigar seu estado emocional e indicar a necessidade ou não de psicoterapia ou de encaminhamento para outros profissionais.
Mesmo quando há evidências que a criança não esteja bem emocionalmente, pode ser difícil para os pais admitirem que precisam de ajuda de um psicólogo para entender e resolver situações que eles supõem ser sua obrigação saber lidar. Muitos se sentem confusos ou culpados por não conseguirem suprir naquele momento todas as necessidades emocionais do filho. Outros preferem esperar que os sintomas dos filhos passem, e muitas vezes passam, mas algumas vezes os sintomas, quando não se agravam, apenas mudam.
E realmente é difícil saber se o que a criança está sentindo é próprio da infância ou não. As crianças sentem medo, fantasiam, fazem birra, podem ficar agitadas e ser teimosas. Tudo isso dentro de um quadro de normalidade. É claro que tudo isso também é relativo, dependendo da idade da criança. Mas é preciso se perguntar se a criança não está sofrendo, se ela não está ficando ansiosa e angustiada, e, por ser criança, não estar conseguindo se expressar.
Geralmente a criança, em seus sintomas, mostra o que está acontecendo com a família. As crianças são muito sensíveis aos problemas familiares e sofrem pelos conflitos existentes entre as pessoas que ela ama.
Algumas vezes as reações da criança geram muito incômodo para os adultos, e então é fácil perceber que pode haver alguma coisa de errado. Entre essas reações: a agressividade, a impulsividade, a agitação excessiva. Esses sinais costumam também ser os primeiros a serem percebidos pela escola.
Outro sintoma que fica facilmente evidente é a dificuldade de aprendizado – a criança, mesmo com o desenvolvimento cognitivo normal, não consegue aprender de modo tranquilo. E dependendo de como a escola e família lidam com isso, muitas vezes virão outros sintomas, como a baixa autoestima e o desânimo.
Porém, alguns sinais dados pela criança podem passar despercebidos. Esses sinais são difíceis de serem percebidos porque eles são a não realização ou a recusa de alguma coisa. Assim, a criança que não brinca está tendo um sintoma muito importante. O brincar é próprio de um desenvolvimento infantil saudável, e a criança que não consegue alimentar uma fantasia no seu brincar, que não consegue fazer de conta, pode estar impedida disso por estar angustiada.
A criança pode também ter dificuldades para se alimentar, dificuldade para dormir. E se isso persistir por algumas semanas, é também uma solicitação por mais cuidado.
Existem muitas outras situações que podem mostrar uma necessidade de se olhar para criança com mais atenção e, talvez, buscar a ajuda de um psicólogo, como medos exagerados que impeçam ou dificultem o convívio familiar ou social, ou ansiedade excessiva quando ela está longe dos pais.
As crianças também expressam suas emoções por meio do corpo, tendo sintomas físicos – enurese, dificuldades para evacuar, muitas alergias. Os sintomas físicos sempre pedem a avaliação de um médico, mas muitas vezes a melhora emocional também se reflete na melhora da saúde do corpo.
É claro que não é agradável para os pais saberem que seus filhos estão sofrendo, até porque existe uma falta de conhecimento de que as crianças, desde bebês, podem sentir angústia. Mas uma notícia boa é que as crianças são muito sensíveis à ajuda que recebem. Elas absorvem a terapia com muita vontade de melhorar, e geralmente melhoram rápido. Quando uma criança está em terapia, os pais são pessoas muito importantes nesse processo, e muitas vezes basta os pais mudarem algumas pequenas coisas no seu modo de lidar com os filhos, seja estreitando os seus vínculos de afeto, seja deixando de sobrecarregar a criança com exigências ou preocupações exageradas, e ela, a criança, já dará sinais de alívio e melhora.

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